domingo, 8 de novembro de 2009

8 de novembro de 2009 | N° 8617Alerta

Eles agem no calor do momento. Elas, de caso pensado

A antropologia trata a questão como cultural. A psicologia, no entanto, dirige o olhar para os aspectos físicos e biológicos que distinguem os gêneros




Às seis da tarde do dia 30 de dezembro de 1976, em Búzios, morria Ângela Diniz. Os quatro tiros disparados pelo companheiro Doca Street tiveram uma justificativa: ciúmes. A atitude impulsiva rendeu a Doca Street uma absolvição sob alegação de que agiu em defesa da honra. Um dos crimes passionais de maior repercussão do país, a reação popular fez com que o julgamento fosse cancelado e, na segunda ocasião, Doca acabasse condenado.

Doca agiu, à época, como 70% dos homens que participaram da pesquisa de Galicia: no calor da emoção.

A antropóloga Rozeli Porto compara o comportamento masculino ao oposto do feminino:

– A mulher, quando quer matar, espera o homem dormir, ou seja, premedita.


Um caso clássico dessa premeditação ocorreu em 1994, nos Estados Unidos. A equatoriana Lorena Bobbit, cansada das traições do marido, esperou que ele dormisse e, com uma faca de cozinha, cortou quase metade do pênis dele.

A antropóloga trata essa característica como cultural. O que corrobora pesquisas feitas na década de 1930 pela antropóloga americana Margaret Mead. Seus trabalhos demonstraram que as reações podem ser diferentes em outras culturas. A psicologia, contudo, dirige o olhar para os aspectos físicos e biológicos que diferenciam os sexos.

– Homens e mulheres processam de maneira diferente as emoções, e esta diferença não necessariamente seria produto da influência cultural ou social dos gêneros – avalia o psicólogo Oscar Galicia, em entrevista por e-mail, concedida do México.

Galicia fala da possibilidade de influência genética, que poderia interferir no funcionamento cerebral e na descarga hormonal.

– Podemos imaginar o agressor reativo como um indivíduo temperamental, com pouco controle e com baixa tolerância à frustração. Por outro lado, o agressor proativo se apresenta como uma pessoa com maior controle sobre suas emoções, com capacidade de planejamento e de antecipar os benefícios de sua conduta – explica o pesquisador, ao dizer que 90% das mulheres submetidas ao estudo revelaram-se proativas.

Fato é que, na prática, a conduta agressiva está no âmago de homens e mulheres. Ambos alcançam seus objetivos, mas cada um com suas artimanhas.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&sour

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